A indústria da moda começa a olhar para as "cheinhas" com outros olhos.
Mais curvas, mais formosuras!
A indústria da moda começa a olhar
para as "cheinhas" com outros olhos. Uma oportunidade para dar um basta à
ditadura da magreza excessiva e ao bullying contra as "gordinhas" que,
muitas vezes, nem acima do peso estão: é uma questão
de referencial
empurrado goela abaixo das mulheres para atender à um
padrão estético
criado para as passarelas e os editoriais de moda.
"Coisa bonita, coisa gostosa, quem foi que
disse que tem que ser magra pra ser formosa?". Há 20 anos, Roberto
Carlos já cantava a beleza das gordinhas. A letra de Coisa Bonita, que
estourou nas rádios de todo o País, tinha como intuito fazer um
contraponto à ditadura da magreza. Amo você assim e não sei porque tanto
sacrifício. Ginástica, dieta, não sei pra que tanto exercício. Olha eu
não me incomodo um quilinho a mais não é antistético. Pode até me beijar
pode me lamber que eu sou dietético".?O clipe do Rei trazia algumas
mulheres acima do peso e foi, à época, um grande estímulo à valorização
da auto-estima de milhares de mulheres nestas condições. Não se trata de
cultivar os excessos, nada disso. Saúde é fundamental e estar no peso
adequado faz parte disso. É justamente essa a questão: sobrepeso não é
saudável, nem magreza excessiva! A diferença entre as duas coisas é que o
segundo é super valorizado, como se fosse "o jeito certo de ser".
Publicidade e propaganda
Revistas, comerciais, videoclipes... Todos
exibem mulheres macérrimas e criam uma cultura do não basta ser magro,
tem que ser muito magro" pra se sentir bonita e feliz, o que, inclusive,
levou à uma onda de Bulimia e Anorexia entre adolescentes e jovens
adultas em todo o mundo. Essa triste estatística ultrapassou as
passarelas e chegou às casas de milhares de meninas que, por meio da
internet, passaram a exaltar corpos anoréxi- cos que se fossem
saudáveis. Muitas dessas meninas encontraram seu fim precocemente devido
à estas doenças.
Sem referencial
O
problema é que as pessoas perderam o
referencial: são magras doentis sendo consideradas em forma e pesso-?as
dentro do peso sendo consideradas obesas. Felizmente, há uma corrente,
pequena ainda, mas relevante, de editores de revistas, diretores de
cinema e até de publicitários que co- meçam a rever estes conceitos e a
incluir mulheres "normais" em comerciais, edi- toriais e filmes. É um
movimento pequeno ainda, é verdade. Mas é mais do que válido. O grande
desafio é mudar, mais uma vez (sim, ser "gordinha" já foi o must), a
mentalidade das pessoas. Além do mais, o objetivo, sempre, deve ser
incentivar as pessoas a serem saudáveis e se sentirem felizes. Aderir ao
movimento requer dois passos fundamentais: rever os próprios concei-
tos e educar nossas crianças para que se sintam felizes e saudáveis, sem
se apegarem à padrões inventados pela indústria da moda.
Fonte: Revistabelle.com